25 de abr. de 2013

Educomunicadora por vocação

Depoimento preparado 
a pedido dos alunos da 
Licenciatura em Educomunicação (ECA-USP)






Considero-me educomunicadora por vocação por ter cultivado ao longo da minha vida a experiência dialógica, da escuta e do confronto. Nem sempre foi fácil manter essa postura. Entretanto, o reconhecimento do outro, de sua história e de suas possibilidades sempre estiverem presentes com um impulso muito forte no sentido de dar o primeiro passo para que a comunicação dialógica se manifestasse.


O primeiro contato consciente que tive com a inter-relação Comunicação/Educação se deu em 1998 quando participava do grupo salesiano da Equipe de Comunicação Social da América (Ecosam) e optamos por trabalhar na tríade Comunicação/Educação/Cidadania o continente americano.


Desde então, a equipe passou a estreitar relações com organismos latino-americanos que estivessem atentos a essa realidade, dentre os quais o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE-USP) a partir do ano 2000. Com a assessoria do professor Ismar de Oliveira Soares, elaborou-se uma Proposta de Educomunicação para a Família Salesiana (2000), assumida pelas escolas salesianas do continente (2001) e pela Rede Salesianas de Escolas do Brasil (2002).


Sendo uma das nove representantes brasileiras da Ecosam e na qualidade de coordenadora de Comunicação Social da insPAZ, em Cuiabá-MT, passei a articular programas e projetos educomunicativos para os membros da organização – irmãs salesianas – educadores e estudantes das escolas particulares, estaduais (sob a gestão do grupo) e indígenas. Atuei mais incisivamente na Escola Madre Marta Cerutti, em Barra do Garças-MT, como vice-diretora e coordenadora de pastoral – área que promove o espaço para o protagonismo juvenil e formação para a comunidade educativa.


Nesta escola durante os anos de 2001 e 2002, realizamos projetos educomunicativos envolvendo alunos e educadores, dentre os quais: Construção da Língua Portuguesa ao longo dos tempos – um projeto interdisciplinar desencadeado pelos professores de Língua Portuguesa; e Educomunicação em Língua Portuguesa e Artes – envolvendo os professores dessas duas disciplinas.


Ao sair da instituição em 2003, segui por outros caminhos, mas a Educomunicação me acompanhou, levando-me ao projeto pessoal do Portal Educacional Aprendaki (2005-2010). Minha atuação como gestora de Educomunicação & Jornalismo promoveu um espaço aberto e democrático para educadores, estudantes, instituições e assessorias de imprensa divulgarem suas notícias que se transformam também em conteúdo pedagógico. Outra frente de atuação foram os cursos de formação continuada no EAD.Aprendaki (2007-2010) numa abordagem sócioconstrutivista e educomunicativa.


Somente em 2010 é que ingressei no Mestrado em Ciências da Comunicação na linha de pesquisa Educomunicação – que se transformaria no ano seguinte em Comunicação e Educação. Sob a orientação do professor Dr. Ismar de Oliveira Soares, realizei a investigação sobre a aproximação da organização salesiana ao conceito de Educomunicação.


Atuo no curso de especialização Mídias na Educação (MEC-UFPE-NCE/USP) como tutora e orientadora de monografias imprimindo uma postura educomunicativa à mediação tecnológica e pedagógica do processo comunicativo que leva os cursistas à vivência da comunicação dialógica. Sou pesquisadora colaboradora do NCE-USP e Sócia Fundadora da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom) e professora universitária em curso de Comunicação Social.


Iniciei esse depoimento dizendo que sou educomunicadora por vocação porque, antes da formação acadêmica que me credenciasse para tal, atuei numa organização que se preocupava com a comunicação dialógica e o protagonismo juvenil. Uma das primeiras ações que realizei (1994-1995) ao ingressar foi a realização de um jornal da escola com um grupo de alunos, o Jornal Sem Nome – que após votação de todos os alunos da escola se tornara Jornal 100nome. Nessa experiência, hoje percebo o conceito educomunicativo se manifestando, atuando e levando os agentes do processo comunicativo à produção de cultura, de aprendizagem e de transformação do seu entorno: a escola.


Enfim, sou jornalista formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (UFMT, 2000), especialista em Educação a Distância (Senac-RJ, 2008) e Mestra em Ciências da Comunicação (ECA-USP, 2012).

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