15 de jun. de 2008

Web 2.0 pode revolucionar a educação

Interatividade, ambientes colaborativos, novas recursos tecnológicos e competência tecnológica podem revolucionar a educação brasileira, que se encontra inerte ainda hoje. No mundo tecnológico as mudanças acontecem muito rápido, no entanto, dentro da escola a passos lentos. Estamos falando de desafios hierárquicos, pedagógicos, tecnológicos e principalmente, de relacionamentos interpessoais entre a comunidade educativa, ou seja, educadores, estudantes e dirigentes.

Não adianta inserir aparatos tecnológicos dentro da sala de aula, se as relações continuarem baseadas no autoritarismo, na dependência, na prepotência ou na condição do “professor que sabe que ensina ao aluno que não sabe”. Hoje, mais que nunca os estudantes sabem, e muito. Aprendem sem sair de casa. Aprendem sentados à frente de um computador. Lendo notícias sobre atualidades que enriquecem o conteúdo estudado na aula de história, geografia, artes, português, matemática, dentre outras. Aprendem conversando no MSN, no Yahoo Messanger, no ICQ, no Talk... Aprendem escrevendo, comentando e interagindo no Orkut, na Wikipédia, em tantos outros sites baseados na Web 2.0.


Mas afinal, o que é a Web 2.0? Trata-se da segunda geração de serviços e aplicativos da web, os quais envolvem novos recursos de desenvolvimento, tecnologias e conceitos que permitem maior interatividade e colaboração entre os usuários da Internet. O Portal Educacional Aprendaki foi arquitetado dentro do conceito com o objetivo de favorecer a inclusão digital com conteúdo de qualidade aos usuários, co-criadores do conteúdo. Todos podem colaborar e enviar sua contribuição para a área de Pesquisa Escolar, artigos sobre determinado assunto e principalmente, notícias sobre as realizações de cada instituição. Assim, não precisam ficar à espera de veículos como o rádio, a televisão, o jornal ou a revista publiquem algo sobre si. Podem publicar instantaneamente no Portal, mediante cadastro de comunicador aprovado previamente.

Se o mundo virtual está carregado de interatividade, porque os sites das instituições educacionais não aderem às mudanças? Por que é tão difícil ver interatividade neles? De que forma esses sites estão contribuindo para ampliar o trabalho realizado na sala de aula? Não seria a hora de questionar a respeito dos recursos interativos que o site poderia ter, tais como enquête, fórum, chat, blog, comentários, indicação para alguém, e tantos outras possibilidades? Depois, vem a próxima pergunta: será que esses elementos vão gerar a interatividade ideal? Será que os membros da comunidade educativa estão preparados para ouvir, ler e aceitar as críticas dos alunos e dos pais? E mais: estão preparados para gerenciá-las em vista da transformação de sua postura? As escolas têm, geralmente, uma recepcionista para atender telefonemas. O que poderia impedi-las de ter uma atendente virtual? Isso exige amadurecimento para dar ouvidos aos clientes e interagir com eles.

Na Web 2.0, o usuário passa a ser co-autor, criando e recriando informações. Falamos de arquitetura de participação que diz respeito à abertura das estruturas dos sistemas para a recriação, questionando as relações entre as pessoas e artefatos, por si só estes não têm poder, mas dão poder a quem faz uso deles. É justamente essa proposta que a educomunicação trabalha, passando pela participação colaborativa em que as relações são construídas a partir do diálogo e da interatividade, criando um novo campo do saber inter-discursivo, inter-disciplinar e mediado por tecnologias da informação.

* Antonia Alves é educomunicadora e jornalista, gestora da área de Gestão de Educomunicação e Jornalismo do Portal Educacional Aprendaki – www.aprendaki.com.br.

Este artigo também pode ser lido no Blog.Aprendaki, no Blog Cibercidadania, no Portal Educacional Aprendaki.com.br e no Recanto das Letras

Um comentário:

  1. Excelente artigo!
    Noto que ele data de 2008, porém nada foi feito desde então em relação a essa revolução que se faz tão necessária!
    Espero que o Brasil algum dia esteja pronto para integrar educação e web, aproveite o uso de computadores em sala de aula e possa torná-los de uso mais comum pelos alunos, principalmente de ensino fundamental e médio.
    Nas faculdades a situação é bem melhor, sim, mas ainda engatinha nesse sentido...

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