3 de dez. de 2009

Educomunicação como graduação e habilitação

Nessa última semana os noticiários, fóruns e listas de discussão deram ampla importância à notícia sobre o próximo curso superior da Universidade de São Paulo (USP): Educomunicação. Surge após dez anos de estudo desse novo campo de intervenção social que aproxima intencionalmente comunicação e educação. Outra novidade recente é que a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) acaba de criar o curso de Comunicação Social com habilitação em Educomunicação.


Repercussão da graduação em Educomunicação da USP

A notícia sobre a graduação em Educomunicação da USP a partir de 2011 teve grande repercussão nos noticiários como algo positivo. A graduação foi aprovada pelo Conselho da Universidade como parte integrante do Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) tendo 67 indicações de um total de 86 votantes, de acordo com a Agência Fapesp.

Com carga horária de 2,8 mil horas e duração de quatro anos, será oferecido no período noturno e disponibilizará 30 vagas. “O novo curso pretende potencializar as ações desses profissionais (educomunicadores), assim como as práticas dos que, nos meios de comunicação, especialmente jornais, emissoras de rádio e de TV, se dedicam à comunicação educativa”, disse Ismar de Oliveira Soares, professor da ECA/USP, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) e um dos idealizadores do projeto.

“Poderá ainda atuar no desenvolvimento de projetos destinados a qualificar a expressão comunicativa da comunidade escolar, fazendo uso das linguagens da comunicação, das artes, assim como das tecnologias da informação, tanto no ensino básico como no superior”, disse à Agência. Uma equipe multidisciplinar de 19 professores doutores, especialistas em teorias, linguagens e gestão da comunicação, educação, teoria e crítica das artes e tecnologias da informação assumirá as disciplinas e a direção do novo programa.

No entanto, há polêmicas em torno da decisão como atesta a notícia divulgada pelo Jornal do Campus em que os representantes de discentes (RDs) e membros do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC). Segundo “Aline Tavella, RD do CO que votou contra a aprovação do curso, não houve discussão ampla dentro da ECA sobre o assunto. Ela também acredita que seu processo de criação “passou correndo” pela Faculdade de Educação,”. Para a aluna ao invés de criar uma nova graduação seria mais viável disponibilizar aos bacharelados em Comunicação Social o aprofundamento de temas pedagógicos.

Ainda de acordo com o jornal, Soares acredita que o debate não foi tão abrangente porque a participação de alunos neles é pequena, mesmo em grandes temas. Segundo ele, “o desconhecimento do tema é genérico”, mas a criação do curso trabalha com uma realidade que é forte e está presente – a dos profissionais que trabalham com comunicação e educação. Antes, embora houvesse sintonia entre essas ações, elas não eram nomeadas como agora serão.

No entanto, o NCE estuda a criação desse curso há mais de uma década. O novo curso é inédito no País e visa formar “articuladores entre processos comunicacionais e educativos em mídias, escolas e ONGs. Segundo ele, as pesquisas do NCE apontaram que já existe um campo estabelecido na Educomunicação e que 10% dos alunos formados na ECA vão para a área educacional. Ele ressalta ainda a existência, na grade curricular do curso, de disciplinas que visam a educação à distância. Segundo ele, o educomunicador também poderá ser um mediador entre o professor, aparato tecnológico e alunos, acrescentando um recurso humano necessário ao processo pedagógico à distância,” finaliza a notícia.

O jornalista Carlos Messias criou uma comunidade denominada “Licenciatura em Educomunicação na ECA/USP em 2011” no STOA que irá colaborar no processo de legitimação da Educomunicação enquanto campo autônomo, tendo como ponto de partida os seguintes itens: colaboração, críticas, debate, experiências, ideias, projetos e sugestões.


Habilitação em Educomunicação na UFCG

A UFCG acaba de lançar a criação do curso de Comunicação Social com habilitação em Educomunicação da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia. Os primeiros 80 alunos ingressaram no segundo semestre de 2010.

O enfoque em Educomunicação, diferenciando o curso dos já existentes no estado, a exemplo dos da UFPB e UEPB, foi determinante para o parecer do relator Reginaldo Severo de Macedo. “Inovador e voltado à multimídia, o curso de Comunicação Social da UFCG será vanguardista e expressivo no cenário nacional”, comentou.

Destacando que a construção do projeto pedagógico leva em consideração a reconfiguração dos meios de comunicação, com as mudanças tecnológicas, e a crescente introdução das mídias nas práticas educativas, o coordenador-administrativo da unidade, Pedro Quirino, disse que o curso formará profissionais voltados a elaboração e produção de mídias para os ensinos presencial e à distância, caracterizando-se também pela regionalização dessas políticas pedagógicas.

A minuta do projeto pedagógico do curso de Comunicação Social, habilitação em Educomunicação pode ser lido em www.educom.ufcg.edu.br.

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